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Nave com símbolo soviético cai sobre a Terra: prenúncio do futuro russo?

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O programa espacial soviético teve forte componente propagandístico.Na foto: estação espacial MIR, desativada em 2001, apresenta defeitos de planificação e danos causados por lixo espacial.
O programa espacial soviético teve forte componente propagandístico.
Na foto: estação espacial MIR, desativada em 2001,
apresenta defeitos de planificação e danos causados por lixo espacial.



O Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) russo perdeu o controle do Progress M-27M, uma nave espacial não tripulada enviada a abastecer a Estação Espacial Internacional (EEI), noticiou o jornal portenho La Nación.

O artefato descontrolado iniciou o processo de queda sobre o planeta sem que os controladores em terra possam impedi-lo, explicou um responsável russo.

Os controladores tentaram restabelecer as comunicações com o bólido enlouquecido, mas tiveram resultados insuficientes.

Ingressando na atmosfera, o lixo espacial se desintegra.  Porém, podem sobrar partes importantes que impactam a terra.
Ingressando na atmosfera, o lixo espacial se desintegra.
Porém, podem sobrar partes importantes que impactam a terra.
“É impossível dizer exatamente quando é que se precipitará sobre a terra. Mas podemos dizer que a queda acontecerá em condições incontroláveis”, garantiu a fonte.

A previsão de queda aponta para a sexta-feira 8 de maio. Não se sabe o local provável do impacto: pode ser qualquer um.

É possível que o artefato prossiga “em voo descontrolado até que entrará na atmosfera e se queimará”, tentou tranquilizar um especialista aeroespacial russo consultado pela agência oficial RIA Novosti.

A nave partiu do cosmódromo de Baikonur (Cazaquistão) na manhã do dia 28 de abril (2015), mas se situou numa órbita errônea, gira aloucadamente sobre seu eixo e envia parcos sinais à base ficando impossível tentar alguma manobra.

O Progress M-27M gira sobre seu eixo em três segundos produzindo estas imagens:




O Progress M-27M transportava duas toneladas e meia de fornecimentos para a EEI à qual não conseguiu se aproximar. A Estação Espacial Internacional é um projeto de 16 países e teve um custo de 100 bilhões de dólares.

A carga mais prezada é a simbólica. Trata-se de uma réplica da bandeira soviética que o Exército Vermelho hasteou em Berlim em 1945.


O cargueiro espacial Progress M-27M, na base. Agora está caindo com sua carga simbólica soviética.
O cargueiro espacial Progress M-27M, na base.
Agora está caindo com sua carga simbólica soviética.
Ela iria servir para um ato de afirmação do poder da “nova-URSS” sobre o mundo. 

No dia 9 de maio, os astronautas russos fariam com ela uma comemoração da vitória da URSS no fim da II Guerra Mundial.

Agora não está para festa. O lance de propaganda do regime de Vladimir Putin virou pesadelo: a bandeira ficou a mercê de um engenho apavorador de sete toneladas que vai se precipitar não se sabe onde.

O simbolismo não deixou de existir, mas ficou de todo diferente.

Passou a ser o símbolo da degringolada da manobra de Vladimir Putin visando restaurar os “valores” da antiga URSS.

A queda do emblema perverso poderá causar males, imprevisíveis no momento que escrevemos, mas provavelmente restritos.

O engenho em desvario portador da bandeira soviética poderá passar para a história como um prefigura do porvir da Rússia se as atuais tendências prosseguem seu endoidecido curso.


Mais um símbolo soviético que cai: prefigura do futuro andamento do curso enlouquecido da "nova-URSS"?




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Premiê húngaro flerta Putin e eleitorado lhe tira a maioria

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As cores ucranianas evidenciam o temor dos húngaro de sofrer análoga invasão
As cores ucranianas evidenciam o temor dos húngaros de sofrer análoga invasão



Desde 2010, o atual primeiro-ministro húngaro Viktor Orban vem se mantendo à testa do governo apelando para os sentimentos conservadores da opinião pública de seu glorioso país.

Porém, após ter iniciado um inexplicável “namoro” com o presidente russo Vladimir Putin, sofreu uma derrota simbólica, sob certos pontos de vista muito sensível, que semeou consternação entre seus mais próximos assessores.

A Hungria vem sendo hostilizada por causa de sua nova Constituição, de suas corajosas tomadas de posição e de leis que contradizem as imoralidades legislativas promovidas pela União Europeia.

Esse tratamento arbitrário serviu de bom pretexto para Orban se aproximar de Vladimir Putin, que lhe ofereceu o que na realidade não tem: dinheiro. A Hungria passa por dificuldades econômicas e a ilusão mentirosa pode enganar quem está apertado.

Húngaros dizem não a Putin e ao "namoro" de Orban com o chefe do Kremlin
Húngaros dizem não a Putin e ao "namoro" de Orban com o chefe do Kremlin
Em troco das promessas de Putin, Orban qualificou a Rússia de modelo de “democracia não liberal” e externou a sua admiração pelo presidente russo.

No entanto, a opinião pública húngara – incluídos os eleitores do partido Fidesz, do primeiro-ministro – faz questão ferrenha de ancorar o país no Ocidente, segundo noticiou a agência “AFP”.

Na véspera de uma visita do chefe do Kremlin à Hungria, milhares de pessoas marcharam pelas ruas de Budapeste bradando “Sim à Europa, Não a Putin”.

Por fim, o descontentamento patenteou-se com a recusa do eleitorado de sufragar o candidato de Orban numa eleição parcial em Veszprem, preferindo um candidato independente.

Segundo o especialista Csaba Toth, círculos próximos ao governo reagiram imediatamente, dizendo que essa derrota não significa “o afundamento do partido”. Mas quem fala de si mesmo em termos de “afundamento” é porque não está passando bem...

Após perder a “super-maioria” no Parlamento, o comissário europeu húngaro Tibor Navracsics disse que seu governo sentiu a “necessidade de uma nova estratégia”.

Húngaros dizem não a Putin e ao "namoro" de Orban com o chefe do Kremlin
Húngaros dizem não a Putin e ao "namoro" de Orban com o chefe do Kremlin
O resultado de Veszprem teve “uma importância simbólica enorme”, observou a politóloga Kornelia Magyar.

O jornal “Magyar Nemzet”, o principal dos órgãos pró-Orban, convidou o primeiro ministro a criar juízo com “a derrota” de Veszprem, porque “a erosão do apoio ao Fidesz faz pensar”.

Quem também deve estar refletindo é o cada vez mais agressivo chefe do Kremlin, que não cessa de tentar abocanhar os países vizinhos, entre os quais a gloriosa Hungria, outrora esmagada pelos tanques soviéticos.


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Polônia e Lituânia impedem entrada dos “Anjos do Inferno” ou “Lobos da Noite”, singular guardia pretoriana de Putin

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Putin: líder venerado dos 'Anjos do Inferno'
Putin: líder venerado dos 'Anjos do Inferno'



“Para Berlim!”: O brado de guerra do Exército Vermelho foi ecoado por centenas de motoqueiros pró-Kremlin que partiram de Moscou rumo ao Ocidente ostentando bandeiras soviéticas com a efígie de Stalin e as da Rússia de Putin, segundo noticiou a agência AFP.

Alexeï Verechtchiaguin, motoqueiro que combate no bastião separatista de Lugansk, no leste ucraniano, sublinhou o significado da manobra. Eles pensavam refazer o percurso do exército soviético através da Bielorrússia, Polônia, República Checa, Eslováquia e Áustria.

Mas o gesto tem para muitos desses países uma dimensão ofensiva, escondendo intuitos invasores do patrão do Kremlin.

De fato, o grupo de motoqueiros que se identifica como “Lobos da Noite” ou “Anjos do Inferno” tem um histórico tenebroso e o próprio presidente Vladimir Putin se considera membro dessa irmandade do mal.

Para o jornal La Nación, de Buenos Aires, o grupo constitui uma “gangue que é uma espécie de guarda pretoriana paralela do presidente russo”.

O fundador e chefe Alexandre Zaldostanov, aliás “o cirurgião”, agitava bandeiras soviéticas e bradava na partida: “Por Stalin!”

Em 21 de fevereiro (2015), numa marcha anti-Maidan em Moscou, Zaldostanov incitou a “exterminar” os opositores de Putin. E advertiu: “o medo da morte é o único que pode deter a oposição russa”.

“Dentro da Rússia nós estamos combatendo a Quinta Coluna, esses que trabalham para estados estrangeiros”, explicou o gangster, citado por The Telegraph e o National Post.

Poucos dias depois, Boris Nemtsov, opositor liberal e ex- primeiro-ministro adjunto da Rússia, que vinha denunciando a corrupção no regime de Putin e a guerra na Ucrânia, caía assassinado numa movimentada ponte central de Moscou.

Putin não esconde seu apoio aos suspeitos 'Lobos da Noite'
Putin não esconde seu apoio aos suspeitos 'Lobos da Noite'
Zaldostanov está na “lista negra” dos EUA e da Europa por sua participação na invasão da Criméia e seu engajamento armado na guerra no leste ucraniano.

Vladimir Putin participou de uma incursão com motos na península da Criméia com os “Anjos do Inferno” e seu chefe Zaldostanov.

De um ano para cá “o cirurgião” tornou-se personagem onipresente na TV estatal, onde se declara devoto de Lênin, Stalin e do patriarca de Moscou. Putin o trata de ‘irmão’. Como seu íntimo chefe, Zaldostanov se diz grande defensor dos valores cristãos, familiares, morais e religiosos.

Para ele, Putin é o “salvador do mundo”, que veio para “reunificar o império russo”. O chefe dos “Lobos da Noite” se julga investido da missão divina de proteger o líder do Kremlin contra a revolução popular e pacífica que Boris Nemtsov promoveu antes de ser assassinado a dois passos do Kremlin.

“O cirurgião” se exibe com roupas de couro negro, tatuagens, símbolos esotéricos e uma caríssima Harley Davidson. Em fevereiro de 2014, com outros “lobos” ou “anjos infernais”, ele bloqueou a entrada na Crimeia, na primeira etapa da anexação da península, acrescentou “La Nación”.

Putin condecorou Zaldostanov com a comenda da Ordem da Honra pelo seu “ativo trabalho no reerguimento patriótico da juventude” e ajuda na procura dos restos mortais de soldados da II Guerra Mundial. Não lhe faltavam serviços prestados.

Os “Lobos da Noite” também promoveram delirantes shows rock de fundo militarista na Rússia, com reconstruções históricas voltadas para a glória da URSS, a difamação do Ocidente, a excitação do ódio à Ucrânia anticomunista e a promoção de um devoto culto ao presidente Putin, informou BuzzFeedNews.

Para isso contaram com o apoio da TV oficial, que emitiu esses frenéticos shows, bem como com a participação em pessoa do chefe máximo do Kremlin, que chegou numa Harley Davison semelhante à do chefe do grupo.

A incursão da gangue passará primeiro pela Bielorrússia, onde só aguarda o acobertamento da última ditadura escancaradamente marxista na Europa.

O grupo pró-Stalin e pró-Putin anunciou que novos “lobos” se reunirão à matilha durante o percurso, e que eles visitarão cemitérios e monumentos dedicados aos ‘heróis’ soviéticos. Uma coleção de manifestações deverá então acontecer.

A primeira ministra polonesa, Ewa Kopacz, teme o óbvio: trata-se de uma “singular provocação” de um “grupo organizado”. Por isso a Polônia vetou o seu ingresso no território nacional. A Alemanha também cortou o visto da maioria dos “Lobos da Noite”, por irregularidades na solicitação dos mesmos.

Putin concede a Ordem do Mérito a Alexander Zaldostanov
líder da estranha 'guarda pretoriana' da nova-URSS
Os poloneses não se esquecem que seu glorioso país foi ocupado e repartido entre os exércitos nazista e vermelho, em virtude da aliança Hitler-Stalin que desencadeou a II Guerra Mundial.

Os problemas começaram na fronteira da Polônia, cujo Ministério de Relações Exteriores anunciou que negaria o ingresso aos “Lobos da Noite”. O Ministério apontou diversas ilegalidades na manobra e considera que a marcha constitui uma provocação, noticiou a agência Reuters.

Uma vanguarda dos “Anjos do Inferno” apresentou-se antes da hora em que eram aguardada na fronteira polonesa, mas teve o acesso vetado.

O Ministério de Relações Exteriores russo revidou, dizendo que a recusa polonesa é “ideológica” e “blasfema”. Seria talvez “nazista” ou “fascista” como o governo de Kiev, pretexto que justificaria violências e até represálias militares.

Zaldostanov, por sua vez, disse que não respeitará a alfândega e a polícia de fronteira da Polônia, e falou de estradas alternativas que não se enxergam no mapa.

A continuação a mesma gangue tentou entrar na vizinha Lituânia mas teve o acesso negado pela corajosa pequena nação, segundo noticiou The Moscow Times.

Alguns “Anjos do Inferno” de Putin tentaram vulnerar as fronteiras lituanas pela Bielorrússia e outros pelo enclave russo de Kaliningrado.

A gangue exibiu vistos, mas carecia de outros documentos indispensáveis e os guardas de fronteira lituanos opuseram firme negativa.

Em numerosas ocasiões, Putin asseverou em tom ameaçador que interviria em qualquer lugar do mundo onde um cidadão soviético tivesse seus direitos desrespeitados.

A provocação parece orquestrada para justificar uma violência de maior dimensão. Como aliás temiam até há pouco muitos especialistas militares ocidentais, que se perguntavam apenas qual seria a encenação que Putin montaria.

A manobra evoca episódios ainda vivos da guerra “híbrida” e da “maskirovka”, sinal distintivo da estratégia de guerra mascarada russa.

Estratagemas semelhantes pegaram de surpresa até o alto comando da OTAN na invasão da Criméia, e em episódios como as colunas “humanitárias” de caminhões militares que entraram na Ucrânia pintados de branco mas vazios, e usados com intenções pouco esclarecidas.

Veja mais em “A mentira deslavada: técnica de guerra preferida de Putin”










Vanguarda de “Lobos da Noite” foi proibida de ingressar na Polônia:




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A serviço do Kremlin como nos ‘dias de ouro’ do pacto Ribbentrop-Molotov

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Saudosistas da velha URSS não se sabe por que 'de direita' engrossaram o evento pro-Putin 'cristão' no Foro Internacional Conservador de São Petersburgo.
Saudosistas da velha URSS não se sabe por que 'de direita'
engrossaram o evento pro-Putin 'cristão'
no Foro Internacional Conservador de São Petersburgo.



A convite de militantes amigos do Kremlin, representantes de diversas legendas europeias consideradas de direita reuniram-se em São Petersburgo, noticiou a Deutsche Welle.

As fotografias, reproduzidas pela rádio oficial alemã, forneceram a deprimente imagem de velhos militantes russos exibindo incontáveis condecorações como os melhores servidores da era soviética.

Porém, o script fornecido pelo Kremlin mudou alguma coisa em relação a esses tempos remotos. A instrução agora era fomentar os “valores tradicionais” da família e do cristianismo, que o presidente Vladimir Putin afirma defender.

Os velhos roteiros da extinta URSS tiveram também seu lugar na hora de vituperar contra os EUA e a Europa a propósito da crise da Ucrânia.

O organizador foi Fiodor Birukov, do partido Rodina (Pátria), que integra a coalizão de Vladimir Putin. Birukov disse que o encontro foi o passo inicial para uma internacional contra a “ameaça à soberania e à identidade nacional”, que ele vê não na “nova URSS”, mas nos países onde há propriedade privada e livre iniciativa.

Segundo a Deustche Welle, participaram cerca de 150 políticos do espectro populista, inclusive do Partido Nacional Britânico (BNP), do grego Aurora Dourada e do alemão NPD.

Brilharam pela ausência grupos análogos de verdadeira relevância, como o UKIP da Inglaterra, que após o atentado contra o avião da Malaysia Airlines rompeu com Putin.

A simpatia pelo chefe do Kremlin foi religiosamente professada. Como também a hostilidade em relação aos países livres.

“É fascinante quanta paciência demonstram a Rússia e o presidente Putin diante da política agressiva da OTAN”, exclamou Udo Voigt, do NPD alemão.

Nick Griffin, ex-líder do British National Party no International Russian Conservative Forum. Mais espuma que substância, mas o velho pacto Ribbentrop-Molotov parece perdurar
Nick Griffin, ex-líder expulso do British National Party
no International Russian Conservative Forum.
Mais espuma que substância, mas o pacto Ribbentrop-Molotov parece perdurar
A Frente Nacional (FN) ausentou-se, mas sua líder, Marine Le Pen, pagou na véspera tributo ao chefe máximo de Moscou ao criticar na TV de Putin a “propaganda” anti-russa pela invasão da Ucrânia e as sanções europeias impostas ao invasor, as quais, segundo Le Pen, só ocorreriam “por ordem dos EUA”.

A disputa para tecer elogios no microfone ao novo amo da Rússia foi intensa e atingiu pontos ridículos, segundo a análise feita pelo sociólogo Demétrio Magnoli para a “Gazeta do Povo”. http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/santa-alianca-20-3elkuuomid3lfwv6n5o0cuc5u.

Dirigindo-se aos russos, o britânico Jim Dowson exibiu uma foto de Putin sem camisa montado num urso: “Obama e os EUA são homens efeminados, mas vocês foram abençoados por um homem que é homem”.

Roberto Fiore, da Forza Nuova, partido neofascista italiano, entoou sonoro o cântico proposto pelo ex-coronel da KGB: “Somos a vanguarda de uma nova Europa que logo emergirá. Será uma Europa cristã, uma Europa patriótica — e a Rússia não será apenas uma integrante disso, mas a força de liderança”.

Cacofonia: Roberto Fiore de 'Forza Nuova' italiana disse não se incomodar de ser rotulado 'fascista' mas o evento condenou o governo de Kiev como 'fascista'
Cacofonia: Roberto Fiore de 'Forza Nuova' italiana
disse não se incomodar de ser rotulado 'fascista'
mas o evento condenou o governo de Kiev como 'fascista'
“A contradição assomou na forma da cacofonia. Enquanto Fiore declarava que ‘não me considero difamado quando sou chamado de fascista’, o russo Aleksei Zhilov explicava que todos os fascistas estão no governo de Kiev”, escreveu Magnoli.

No site oficial do evento, destacava-se um discurso de Putin que evoca uma “profunda crise demográfica e moral” do Ocidente, derivada do colapso dos valores tradicionais, do declínio da religião e da legalização do casamento homossexual. Nas tradições russas, o mesmo Putin inclui as “grandes conquistas” da União Soviética.

Um orador denunciou Le Pen pelo crime de ter amigos homossexuais, que é aliás o caso (assumido) de Florian Philippot, vice-presidente do FN.

No entanto, tendo conquistado amplas parcelas do eleitorado, os líderes do FN na França e da UKIP na Grã-Bretanha preferiram ausentar-se, para evitar a urucubaca dos fanáticos sem votos congregados na antiga capital russa.

A Frente Nacional não oculta sua atração pelo czar restaurador da “Grande Rússia”: obteve um empréstimo de US$ 11 milhões de um banco russo ligado ao Kremlin.

Numa entrevista recente, Le Pen declarou seu alinhamento à “visão econômica” de Putin, que “desenvolveu uma economia patriótica”, sem explicar no que ela se diferencia do dirigismo soviético.

Um representante do partido grego Aurora Dourada, que desfralda suásticas em Atenas, pregou o estreitamento de relações econômicas entre a Grécia e a Rússia.

Entrementes, o Syriza, partido esquerdista que governa a Grécia e que na teoria seria o contrário do Aurora Dourada, critica as sanções europeias à Rússia, procura empréstimos de Moscou e acalenta a ideia de uma cooperação com Moscou no terreno militar. Como se fosse, à esquerda, um sósia do Aurora Dourada.

Não faltaram figurinos artificiais enviados pela FSB para dar volume ao evento putinista.
Não faltaram figurinos artificiais enviados pela FSB
para dar volume ao evento putinista.
Antes de seu triunfo eleitoral, o Syriza exibia em sua sede uma grande fotografia do Che Guevara.

Ela sumiu, mas o primeiro-ministro Alexis Tsipras nunca renegou sua admiração por Fidel Castro e Hugo Chávez, observou o sociólogo.

As frases, quase idênticas, contra a “guerra fria conduzida pela União Europeia sob o comando dos EUA” e as bajulações ao presidente russo faziam lembrar discursos do venezuelano Nicolás Maduro, semelhantes aos de Hugo Chávez.

O capitalismo de Estado, o nacionalismo e o antiamericanismo constituíram boas chaves de descodificação dessa aparente cacofonia: decifraram e explicaram as contradições superficiais dos presentes no evento.

Também serviram para desvendar a sintonia profunda desses “companheiros de viagem” com Moscou. Como na época em que o acordo Ribbentrop-Molotov funcionava a toda vapor.

E, de ricochete, deixaram ver uma extensa ponte criada com o esquerdismo populista latino-americano, tão caro ao lulopetismo e garantia do perene silêncio do Brasil sobre a agressão russa à Ucrânia.

Magnoli lembrou que Lenine, logo após a Revolução Russa, promoveu alianças espúrias com líderes estrangeiros, que qualificou de “idiotas úteis do Ocidente”.

Agora Putin, segundo o sociólogo, está “recrutando seus próprios ‘idiotas úteis’, que não se envergonham sequer de repetir a ladainha do Kremlin sobre o conflito ucraniano”.

Hoje na “nova URSS” como outrora na URSS, o linguajar para seduzir incautos não conhece escrúpulos.


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A história do menino que sonhava em ser sacerdote sob a perseguição comunista

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Dom Sviatoslav Shevchuk, Primaz do rito greco-católico,
o maior dos ritos orientais da Igreja Católica

Em entrevista para a Catholic Radio and Television Network, o Arcebispo-mor de Kiev-Galícia e de toda a Rússia, Dom Sviatoslav Shevchuk, Primaz do Rito greco-católico na Ucrânia, fez reveladoras confidências sobre sua formação eclesiástica acontecida sob o socialismo soviético. “Zenit”.

O rito greco-católico é o maior dos ritos orientais da Igreja Católica: mais de 10 milhões de fiéis, incluindo a Ucrânia e a diáspora. Cerca de meio milhão deles reside no Brasil, especialmente no Paraná e em Santa Catarina.

Dom Sviatoslav explicou que cresceu numa sociedade totalmente ateia. Na escola “nos ensinavam que Deus não existia”. Só a família transmitia a fé crista.

O jovem arcebispo disse que a primeira vez que viu um padre foi por ocasião de um enterro.

“O sacerdote veio na calada da noite para celebrar o funeral e depois desapareceu velozmente. Como menino, fiquei curioso de saber quem era o sacerdote e o que estava fazendo. Eu entrevia nele um reflexo da presença de Cristo”.

“Esse sacerdote tinha estado duas vezes no cárcere por praticar seu ministério e através dele descobri verdadeiramente Alguém e alguma coisa pela qual vale a pena dar a própria vida”.

Foi assim que o futuro bispo decidiu ir para o seminário. Mas não tinha nada a ver com os seminários atuais.

A entrevista abaixo foi concedida quando Dom Sviatoslav era administrador apostólico da eparquia (diocese) de rito ucraniano em Buenos Aires. Foi concedida à associação "Ajuda à Igreja Necessitada" e tem a vantagem de estar dublada em português:



Funcionava assim: “O sacerdote que encontrei também era reitor do seminário secreto, clandestino. Para mim, foi a descoberta de um mundo completamente novo.

“Meu modo de estudar era bem estranho. Raramente encontrava meus professores do seminário – pelo menos uma vez cada dois meses. Quando os encontrava, davam-me sempre um livro, que tinha de copiar e estudar durante dois meses. Assim começou minha formação sacerdotal!

“Nem minha mãe nem meu pai estavam ao corrente. Se eu fosse descoberto pela polícia secreta, minha mãe, que era professora de música, e meu pai, que era engenheiro, teriam perdido o trabalho. Muitas pessoas na Ucrânia que foram descobertas acabaram detrás das grades ou no exílio.

“Graças a Deus não aconteceu nada. Para mim e para meu plano de me tornar sacerdote, a Mãe de Deus tinha que destruir a União Soviética.

“Eu me lembro que rezava: é impossível para os homens destruir o mal, mas para Deus nada é impossível.

Missa clandestina num bosque na Ucrânia sob governo comunista
Missa clandestina num bosque na Ucrânia sob governo comunista
“A Sagrada Eucaristia era o ponto central da nossa vida. Lembro-me de um sacerdote que encontrei certa vez: ele jamais falava muito dos sofrimentos, das perseguições e das torturas; ele me contava que certas vezes na prisão todos os sacerdotes celebravam a liturgia.

“Nós ficávamos pasmos: como é que isso era possível? De onde vinham o cálice e a patena?

“Ele tirou os óculos e disse: ‘Eis o que nós usávamos: uma lente servia de cálice com uma gota de vinho, e na outra, que servia como patena, púnhamos um pedacinho de pão. Assim nós celebramos a liturgia na prisão ou nos campos de concentração”.

O atual arcebispo Sviatoslav participou pela primeira vez de uma missa no ano 1991, quando acabava de servir como conscrito no Exército Soviético.

Quando ele entrou no Exército Vermelho toda a vida religiosa acontecia em segredo, mas ao sair a União Soviética estava caindo. Ele assistia à divina Liturgia na igreja de sua cidade natal de Strait, na Ucrânia.

“Era maravilhoso, sentia-me como no céu! A liturgia bizantina de São João Crisóstomo é um símbolo da liturgia celeste”, exclamou.

Dom Sviatoslav explicou que “o comunismo destruiu a nossa sociedade e que só por meio da graça do Espirito Santo é que a Igreja pode curar essas feridas.

“Durante a ex-União Soviética era perigoso ser cristão. Hoje na Europa o importante é não ter medo de ser cristão, ainda quando isso pareça não ser ‘conveniente’”.

Só o heroísmo na Fé – como o de Dom Sviatoslav e o de tantos outros sacerdotes e bispos que padeceram e até morreram sob a opressão comunista – leva à vitória os verdadeiros filhos da Igreja Católica.


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Encruzilhada lembra o pré-II Guerra Mundial, aponta professor da Califórnia

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Descendo do avião o premier britânico Neville Chamberlain exibe como um vitória o tratado da capitulação em Munich (1938), grande prólogo da mais mortífera guerra mundial
Descendo do avião o premier britânico Neville Chamberlain
exibe como um vitória o tratado da capitulação em Munich (1938),
grande prólogo da mais mortífera guerra mundial



“Vivemos o nosso momento histórico de grande perigo”, escreveu na “National Review” o historiador Victor Davis Hanson.

Hanson leciona História Clássica na Universidade do Estado da Califórnia, em Fresno, e considera que Obama e os líderes europeus estão repetindo os erros de seus predecessores na década de 1930 em face da II Guerra Mundial que se anunciava no horizonte.

Prof. Victor Davis Hanson
Prof. Victor Davis Hanson
Segundo Hanson, a II Guerra, a mais mortífera da História, foi causada por um conjunto de fatores materiais e por imprevidências culposas que hoje estão se repetindo.

1) A crise econômica mundial, conhecida como a Depressão dos anos 30, favoreceu o desenvolvimento de tendências radicais no mundo, como o comunismo da União Soviética ou o nazismo hitlerista.

2) Enquanto os EUA adotavam o isolacionismo, a União Soviética colaborava com o III Reich e buscava alianças no mundo, como com a Itália e o Japão.

3) Os anos 30 assistiram também a um antissemitismo em ascensão.

Para o Prof. Hanson, esses fatores estão se repetindo e soam hoje como deprimentemente conhecidos:

Putin, o Estado Islâmico e o Irã partilham o desejo de atacar e o ódio do Ocidente
Putin, o Estado Islâmico e o Irã partilham
o desejo de atacar e o ódio do Ocidente
1) A crise financeira global, iniciada em 2008, cria campo propício para movimentos populistas extremistas.

2) Após as guerras do Iraque e do Afeganistão, os EUA foram se fechando sobre si mesmos.

3) Monstros pré-modernos saltaram para o centro do cenário. O Estado Islâmico com seu califado é o exemplo mais estridente.

4) Vladimir Putin ataca seus vizinhos na Ossétia, na Crimeia e no leste ucraniano, numa crua imitação das anexações hitleristas da Áustria, dos Sudetos e da Polônia.

O mais grave é que a resposta ocidental a tudo isto é semelhante à dos anos 30.

A OTAN está aterrorizada, pensando no próximo ataque de Putin, provavelmente contra algum país báltico. E a paralisação da OTAN faz temer uma implosão dessa nobre aliança.

Os EUA saem do Oriente Médio, foram postos para fora da Líbia, não garantiram as posições anunciadas no caso da Síria, e os marines abandonaram sua embaixada no Iêmen.

A Europa não tem coragem de falar com firmeza ao Irã, e como em Munique em 1938, tenta atrai-lo com concessões, para que não fabrique a bomba atômica.

Um surpreendente Leviatã está em gestação
Hanson desfaz uma objeção: na aparência, Putin, o Estado Islâmico e o Irã têm poucos pontos em comum, logo não é de se temer um Leviatã.

Mas ele responde dizendo que nos anos 30 tampouco parecia que a Alemanha, o Japão e os países que depois formaram o Eixo, tivessem muitos interesses em comum.

Porém, todos eles partilhavam o desejo de atacar um vizinho e odiavam o sistema político-social e econômico do Ocidente baseado na propriedade privada e na liberdade.

A experiência dos anos 30, segundo o professor, deveria nos convencer de que aqueles que odeiam nosso sistema de vida ocidental acabarão se unindo contra nós no momento decisivo.

O exemplo dos anos 30 deveria nos convencer de que o isolacionismo americano e o pacifismo europeu não são garantia alguma contra a guerra.

Terroristas islâmicos ou não, e governos-bandidos mais ou menos comunistas ou autocráticos nos espreitam. Quando acharem que chegou a oportunidade, não a deixarão passar.



Jatos Eurofighter Typhoon britânicos acompanham movimentos de bombardeiro russo, de onde foram tiradas as imagens:




A guerra do gás: Bruxelas formaliza queixa contra a Gazprom por abuso de posição dominante no mercado:



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O SIM ao passado soviético no cerne do pesadelo russo

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Kharkiv: derrubada da estátua de Lenin,
uma das maiores do mundo.



A Ucrânia rompeu oficialmente com seu passado soviético adotando leis históricas para “des-sovietizar” o país.

A decisão foi saudada na ex-república da falida URSS, mas exacerbou as tensões com os separatistas pró-russos e encolerizou o Kremlin, informou El País, de Madri.

Os deputados ucranianos aprovaram, sem necessidade de grande debate, o conjunto de medidas legais visando apagar os estigmas de uma era de opróbrio e opressão.

As novas leis põem em pé de igualdade os regimes soviético e nazista. Também proíbem qualquer “negação pública” de seu “caráter criminoso”, bem como a “produção” e “utilização pública” de seus símbolos.

Notadamente o hino soviético, as bandeiras e os escudos da União Soviética e da República Socialista Soviética da Ucrânia, além do execrado símbolo da foice e martelo.

Para muitos, a proibição dos símbolos soviéticos deveria ter sido adotada há 25 anos, logo após a independência da URSS em 1991, como fizeram os países bálticos e a Polônia.

Deverão ser removidos na Ucrânia incontáveis monumentos erigidos à glória dos responsáveis soviéticos e numerosas estátuas de Lênin que o povo ainda não derrubou. Localidades, ruas ou empresas cujos nomes evocam o comunismo receberão outro nome.

Em caso de desrespeito a essas leis, organizações, partidos ou órgãos da mídia ficarão proibidos e os responsáveis poderão ganhar até 10 anos de prisão.

O Estado “realizará investigações e publicará informação sobre os delitos cometidos pelos representantes desses regimes totalitários, diz a nota explicativa da lei, reproduzida pelo serviço ZN.ua.

Símbolos da opressão soviética serão suprimidos
nos locais públicos da Ucrânia
Para Vadim Karassiov, diretor do Instituto de Estratégias Globais de Kiev, as leis visam responder “à campanha de propaganda do Kremlin”, que rotula as autoridades ucranianas de “fascistas”.

Em sentido contrário, o analista político Volodymyr Fessenko diz que a lei “é radical demais. (...) Contém muitos excessos” que podem exacerbar as tensões nas áreas ocupadas pelos pró-russos, que têm forte nostalgia da URSS.

As leis também concedem estatuto de “combatentes pela independência da Ucrânia” aos ucranianos que lutaram contra a URSS.

O caso mais polêmico é o do Exército Insurrecto Ucraniano (UPA), que enfrentou o Exército Vermelho. Ele é muito considerado na Ucrânia ocidental, mas detestado pelos saudosistas da ditadura stalinista.

A Rússia reagiu como se tivessem tocado numa chaga que ainda sangra.

“Kiev está a utilizar métodos verdadeiramente totalitários que atentam contra a liberdade de pensamento, de opinião e de consciência”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, segundo Diário Digital.

Tendência oposta na Rússia de Putin: Restaurar o culto de Lenin e Stalin. 145º aniversário de nascimento de Lenin comemorado perto de São Petersburgo.
Tendência oposta na Rússia de Putin:
Restaurar o culto de Lenine e Stalin.
145º aniversário de nascimento de Lenin
comemorado perto de São Petersburgo.
“Ao colocar ao mesmo nível os agressores fascistas e os soldados que lutaram contra o fascismo (...), as autoridades ucranianas traem milhões de veteranos” e “tentam apagar da memória coletiva milhões de ucranianos”. O ministério moscovita age como se a Ucrânia ainda fosse uma província e não um país independente.

Segundo Moscou, as leis adotadas pelo Parlamento ucraniano ameaçam “o próprio desenvolvimento da Ucrânia como Estado”, repisando a velha teoria de que a Ucrânia não está em condições de ser um Estado livre, e que portanto a invasão russa seria “natural”.

A reação zangada do governo de Putin patenteou o problema que está no cerne da questão do Kremlin e que é a causa de suas agressões aos vizinhos ex-escravos: restaurar o regime soviético, sim ou não?

O presidente Putin escolheu fórmulas astuciosas para defender sua opção radical: SIM ao sistema dos bolcheviques, porém com alguma maquiagem para não assustar os ingênuos do Ocidente, seus futuros escravos.


Populares não aguardam a aplicação da lei, e em Kharkiv, perto da fronteira russa, já vão derrubando os odiados símbolos da tirania russo soviética,





A Ucrânia repudia os símbolos de um passado sinistro. Mas na região ocupada pela Rússia erguem-se de novo esses símbolos:






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Recrudesecer a repressão é a ordem do chefe supremo

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Putin está vendo complôs por toda parte e mandou recrudescer a repressão.
Putin está vendo complôs por toda parte
e mandou recrudescer a repressão.



Vladimir Putin convocou uma reunião plenária dos altos funcionários do Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB), polícia política e serviço secreto de seu regime, informou o jornal de Paris Le Figaro.

Dirigindo-se a seus “camaradas” e súditos, o antigo espião da KGB pintou o quadro de uma Rússia rodeada de inimigos e ordenou-lhes enfrentar um vasto leque de ameaças heterogêneas que perturbam sua imaginação: desde o terrorismo caucasiano até a oposição liberal na Duma, passando pelas tentativas de “abalar o sistema financeiro”.

Putin insistiu que só “uma Rússia mais forte” poderá realizar as “mudanças positivas”.

Nessa ótica, deve ser reforçado o regime ditatorial. E as “mudanças positivas” já foram apontadas por Putin, pelos seus funcionários imediatos e até pelo Patriarca de Moscou na Duma: os “valores soviéticos”.

Segundo Putin, “ONGs e grupos politizados” russos servem à espionagem ocidental e “planificam ações em função das eleições parlamentárias e presidencial de 2016 e 2018”.

O objetivo desses inimigos internos seria de “desacreditar o poder e desestabilizar a situação interna da Rússia”. Putin não deve ter penado muito para redigir seu discurso. Perorações análogas eram feitas nos prólogos dos expurgos da era soviética.

“Estamos convencidos de que existe gente querendo uma mudança de regime na Rússia e emissários americanos passeiam atualmente com esta finalidade por diferentes capitais”, glosou um porta-voz vizinho ao Kremlin.

O presidente russo disse que achava “importante dialogar” com a oposição. A prevenção era de rigor após o assassinato suspeito do oposicionista liberal Boris Nemtsov em Moscou.

Mas, logo a seguir, trocou a letra e defendeu que essa discussão “careceria de sentido” porque, segundo ele, a oposição é suspeita de “trabalhar sob as ordens de países estrangeiros”.

“Putin está convencido de que alguém que sai à rua para manifestar está trabalhando obrigatoriamente para a espionagem ocidental”, observou o politólogo Alexeï Makarkine.

O estranho assassinato do opositor Boris Nemtsov no centro de Moscou faria parte da nova onda de repressão.
O estranho assassinato do opositor Boris Nemtsov no centro de Moscou
faria parte da nova onda de repressão.
Segundo Putin, as empresas russas vivem sob a ameaça de uma “competência” que visa “comprometer sua reputação”. Na categoria de empresas de certa dimensão só sobrevivem as estatizadas, ou “privatizadas” pela Nomenklatura putinista.

Elas navegam em oceanos de corrupção e ilegalidade e encaminham-se para a falência devido à queda vertiginosa da cotação do petróleo e das entradas do governo.

“São pouco numerosos os que estão prestes a trabalhar honestamente com o empresariado russo”, queixou-se o “todo-poderoso”, que exigiu dos chefes da repressão “reagir corretamente” face aos empresários ainda livres ou estrangeiros.

Nada de bom, enquanto se discute a verdade sobre a morte de Christophe de Margerie, chefe executivo da petrolífera francesa TOTAL, em estranho acidente no aeroporto internacional Vnukovo, de Moscou.

Putin mostrou-se pasmo com os abalos monetários que jogaram o rublo – a moeda nacional – no fundo dos infernos. Segundo ele, trata-se de “maquinações das sombras”, que também devem ser perseguidas pelos serviços especiais.

Como se o anterior fosse pouco, Putin exortou os “camaradas” a “reforçar” as fronteiras do Cáucaso e da Ásia. Na fronteira ucraniana, os separatistas não devem encontrar “obstáculos”.

Porém, aqueles que “realizam operações punitivas” – como é o caso das forças leais ao governo ucraniano – e “embaralham as pistas ou planificam assassinatos em território russo”, deverão ser “desmascarados”.

“A situação vai melhorar, não se fraquejarmos e começarmos a balbuciar como crianças, mas somente se nos tornarmos mais fortes”, concluiu Putin, a quem os cidadãos russos cordatos denunciam de ter-se apossado brutalmente do poder no país.


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“Dia da Vitória” foi “dia do fiasco” em Moscou

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Glorificando o passado soviético, parada em Moscou no 70º Dia da Vitória.
Fazendo a ponte com o passado soviético,
parada em Moscou no 70º Dia da Vitória.



O dia 9 de maio passado, 70 anos do fim da II Guerra Mundial, deveria ter sido um dia de glória para a “nova URSS” de Vladimir Putin.

Ele montou um show militar na Praça Vermelha de encher de inveja seus precursores da velha URSS.

A teatralização do espetáculo militar incluiu até o sinal da Cruz do Ministro da Defesa Sergey Shoygu, antes da dar início à revista das tropas formadas na Praça Vermelha.

A imensa parada fez lembrar o exibicionismo e a artificialidade dos tempos soviéticos.

Entre as joias da nova tecnologia militar russa estava o tanque pesado topo da linha T-14, que deveria fazer sua primeira aparição pública.

Mas no treino final do dia anterior, ele encrencou diante das câmaras e do nutrido público presente.

“Daqui não saio, daqui ninguém me tira”: nem puxado por correntes engatadas em outro tanque ele se moveu do lugar.

Ocorreu também um fenômeno de autocombustão: uma bateria de mísseis BUK, análoga à que teve a infame glória de abater o voo MH17 da Malaysian Airlines, incendiou-se.

A joia tecnológica, o tanque Armata T-14, pifou e não saía do lugar
A joia tecnológica, o tanque Armata T-14, pifou e não saía do lugar
Do espaço tampouco chegaram boas notícias: a bandeira réplica da insígnia soviética, içada em 1945 sobre o Reichstadt (se a foto famosa não for fraudulenta), desapareceu com o cargueiro espacial que se incinerou sobre o Pacífico.

E em 16 de maio último, um foguete Proton-M, que levava o satélite mexicano MexSat-1, pegou fogo a 161 km de altura, desintegrando-se na queda, segundo comunicado da agência espacial russa Roskosmos, registrou The Huffington Post.

Poucas horas antes, a própria Roskosmos anunciou que a nave espacial Progress M-262M, ligada à Estação Espacial Internacional, não conseguiu ligar os motores e corrigir sua órbita, num duro fracasso para a propaganda do Kremlin.

O Sinal da Cruz do Ministro de Defensa Sergey Shoygu: piscada de olhos para os 'companheiros de estrada' no Ocidente
O Sinal da Cruz do Ministro de Defensa Sergey Shoygu:
piscada de olhos para os 'companheiros de estrada' no Ocidente
O programa espacial russo estava em reformulação após uma série de quedas de foguetes e cargueiros espaciais desde 2010.

Para Vladimir Putin tratava-se de uma cartada maior para projetar a imagem de sua “nova Rússia” no Ocidente.

A cantora britânica Sarah Brightman havia anunciado que decolaria em setembro do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, para dez dias de um propagandístico turismo no espaço. Mas vendo as recentes quedas, renunciou ao projeto por “razões familiares”.

Todo o mundo entendeu: o exemplo da nave Progress fora eloquente e nem pagando a cantora subiria num engenho desses.

Numa corrida contra o relógio, procurou-se conseguir um substituto para a vaga da cantora. Mas a imprensa russa ficou na especulação, pois nenhum voluntário se ofereceu para o assustador “passeio turístico”.

A teatralidade visou impressionar Ocidente e cultuar a pessoa do novo líder máximo.
A teatralidade visou impressionar Ocidente
e cultuar a pessoa do novo líder máximo.
Porém, os fracassos técnicos poderiam ter ficado para trás, como tantos outros da URSS.

O silêncio da imprensa e dos “companheiros de estrada” do Ocidente teria contribuído decisivamente, pois a palavra de ordem é passar uma imagem grandiosa do novo “imperador” do Kremlin.

Ainda na comemoração de 9 de maio, o chefe do Kremlin agradeceu às potências ocidentais pelo “auxílio” que estas deram à URSS para derrotar o ex-aliado nazista com o qual os soviéticos iniciaram a II Guerra Mundial!

Como se a glória do esforço bélico e da vitória coubesse essencialmente à URSS, co-responsável pelo imenso morticínio.

Na festa da Praça Vermelha, a projeção mundial de Putin registrou uma perda muito sensível, mostrando o deprimente isolamento do líder que pretende ser o “novo Carlos Magno” de terras cismáticas.

Vinte anos atrás os maiores chefes de Estado do mundo – Bill Clinton, Helmut Kohl e François Mitterrand – acorriam a Moscou para assistir à parada-show militar.

Desta feita o amo do Kremlin esteve sozinho, com exceção do presidente chinês, também ele cada vez mais tirânico e isolado em seu país.

Também foram fotografados dois homens de confiança de Putin: os presidentes da Bielorrússia e do Cazaquistão, de escassa relevância internacional.

A coleção de frustrações tecnológicas e diplomáticas patenteou que Moscou não dispõe de recursos para emergir como uma genuína potência mundial, comentou o especialista Michael E. Lambert, doutorando em Relações Internacionais e História no Colégio Doutoral da Sorbonne e na Universidade de Tampere, na Finlândia.

O sorriso amarelo foi de praxe. As coisas estão andando mal na nova-Rússia.
O sorriso amarelo foi de praxe. As coisas estão andando mal na nova-Rússia.
Além do mais, observou Lambert, para escárnio da “nova URSS”, a Polônia e a Estônia – que estão na lista de países visados pela prepotência de Moscou – não fazem senão prosperar, abandonando o modelo calamitoso e anticristão de sociedade e economia socialista.

Esta conclusão não é tranquilizadora, alertou Lambert. A constatação da impotência excita a inveja do Kremlin e aumenta a sua agressividade em relação aos vizinhos, sobre os quais pode descarregar a sua cólera em aras da glória do César retratado no busto de material sintético de São Petersburgo.


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Jatos e colunas de tanques para tranquilizar as populações bálticas. Mílicias civis se multiplicam.

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Unidades americanas treinam na Letônia.
Unidades americanas treinam na Letônia.



Os céus dos países do leste europeu membros da NATO estão sendo percorridos regularmente por jatos da aliança atlântica. Em terra, colunas de blindados americanos vão e vem até a fronteira com a Rússia, visando tranquilizar as populações que temem o pior da parte de Moscou.

Na Polônia, médicos, sapateiros, advogados e outros comparecem ao quarteis para receberem treinamento militar diante de uma eventual invasão.

Na vizinha Lituânia, os cursos ensinam a todos os cidadãos como eles devem reagir em caso de guerra. A Letônia, por sua vez, planeja dar treinamento militar aos estudantes universitários no ano que vem. Este preocupante panorama foi descrito pela Fox News.

F-16 português e Hornet canadense cuidam do policiamento no Báltico  desde a base lituana de Siauliai.
F-16 português e Hornet canadense cuidam do policiamento no Báltico
desde a base lituana de Siauliai.
Putin traz cruelmente de volta à ansiosa população a lembrança das décadas passadas de dominação e terror marxista.

Esses povos, que conquistaram sua independência com coragem e derramamento de sangue, estão vendo o conflito na Ucrânia e não duvidam sobre quem é o novo chefe supremo do Kremlin, nem do que esse oficial da velha KGB é capaz.

“Há um verdadeiro sentimento de ameaça em nossa sociedade”, resumiu o porta-voz do Ministério de Defesa da Letônia, Aija Jakubovska.

O guarda-chuva protetor da OTAN é visto como a melhor garantia contra o ataque do vizinho russo.

Zygmunt Wos saudava com apreensão a partida de um grupo de blindados americanos que deixavam a cidade de Bialystok, no leste da Polônia: “Essas tropas deveriam ficar aqui conosco, e não voltar para a Alemanha”, dizia.

Depois da Ucrânia – epicentro de combate a 17 horas de carro de Varsóvia –, a Polônia está na primeira linha dos alarmes e das provocações russas.

Tanques Abrams americanos na Letônia
Tanques Abrams americanos na Letônia
Por isso ela está atualizando rapidamente o seu arsenal e concentra 10.000 soldados da OTAN. Seu exército profissional conta com 100.000 homens e 20.000 reservistas. Não é muito, face aos que a Rússia pode pôr no ataque, mas coragem e patriotismo não lhes faltam.

A mobilização popular polonesa é reveladora. 120 grupos paramilitares reúnem dezenas de milhares de voluntários treinados pelo exército.

O porta-voz do Parlamento de Varsóvia, Radek Sikorski, convidou os deputados a participar dos treinos no mês de maio. O mesmo fez o ministro de Defesa, Tomasz Siemoniak, em relação a todos os homens e mulheres entre 18 e 50 anos sem experiência militar.

“Os tempos ficaram perigosos e devemos fazer tudo o que pudermos para elevar a capacidade de resistência da Polônia na defesa de seu território”, disse o presidente Bronislaw Komorowski em recente visita a uma unidade militar.

Typhoon italiano da Força Tarefa Báltica da OTAN na Lituânia
Typhoon italiano da Força Tarefa Báltica da OTAN na Lituânia
A Polônia foi invadida diversas vezes pela Rússia. As mais recentes ocupações aconteceram em 1920, por obra do Exército Vermelho sob as ordens de Lenine e de Trotsky, e em 1939, pela aliança Hitler-Stalin.

O presidente Vladimir Putin quer restaurar as “glórias” do passado soviético e gosta denegrir e denunciar a Polônia, pelo fato de ser aliada dos EUA e da Ucrânia.

A Rússia anunciou recentemente a instalação de mísseis de última geração no enclave de Kaliningrado, sobre o Mar Báltico, de onde poderia atacar “pelas costas” a Polônia e a Lituânia.

Jovens poloneses engrossam milícias civis voluntárias de defesa.
Jovens poloneses engrossam milícias civis voluntárias de defesa.

Mais de 550 jovens reservistas poloneses chegaram à base de Tarnowskie Gory, no sul do país, para alguns dias de treinamento com armas de fogo.

Krystian Studnia, de 35 anos, dizia que isso é “absolutamente natural. Todo o mundo deve estar desejoso e prestes a combater para defender seu país”, explicou.

Em Varsóvia, Mateusz Warszczak, de 23 anos, assinou com entusiasmo ao entrar no centro de recrutamento. “Quero estar pronto para defender do perigo minha família e meus parentes,” afirmou.

Wojciech Klukowski, médico de 58 anos, organizou com seus amigos um grupo de milícia civil com cerca de 50 homens e mulheres de diversas idades. Eles praticaram técnicas de guerrilha e manipulação de armas de fogo para se tornarem cidadãos-soldados em sua cidade natal de Szczecin, na costa do Mar Báltico.

De olho na agressão russa, civis poloneses integram milícias civis de defesa..
De olho na agressão russa, civis poloneses integram milícias de defesa..
“Não nos sentimos seguros. Muitas pessoas querem ser treinadas para defender suas casas, seus locais de trabalho, suas famílias”, disse Klukowski.

Sendo eslavo e intensamente católico, o povo polonês é apontado como uma aberração histórica por Aleksandr Dugin, o ideólogo preferido de Vladimir Putin. E por isso deve ser suprimido. Seu catolicismo deve ser esmagado e substituído pela igreja greco-cismática do Patriarcado de Moscou.

Em meio a tantas capitulações inglórias, o patriotismo e a Fé dos poloneses emite uma admirável mensagem ao mundo inteiro.


Varsóvia: militares dos EUA participam em parada diante da embaixada russa





Parada das FFAA polonesas no ano 2014 :





Comboio da US Army em Lublin, Polônia





Comboio U.S. Army em Pärnu, Estônia




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A Criméia já foi invadida, agora é a vez de Roma, prega propaganda russa

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"Criméia Hoje - Roma Amanhã! Feliz Dia da Vitória 9 de Maio!" Faixa instalada na cidade de Kaluga incita à invasão da capital do catolicismo.
"Criméia Hoje - Roma Amanhã! Feliz Dia da Vitória 9 de Maio!"
Faixa instalada na cidade de Kaluga incita à invasão da capital do catolicismo.



Diversas obras-primas de frenesi nacionalista e de autoproclamada superioridade planetária se patentearam na mistificação ordenada pelo Kremlin para o 70º aniversário do fim da II Guerra Mundial.

O ribombo publicitário na mídia oficial raiou a demência, apresentando ao povo glórias inexistentes e temores terríveis, caso o mundo não se submeta aos ditames do senhor do Kremlin, observou a agência Euromaidan Press.

Segundo essas visões histéricas, o mundo inteiro conspiraria contra a Rússia, acionando satânicos recursos e insidiosas e incessantes formas devastadoras de sabotagem.

O extermínio da Rússia só não se consumou devido à genialidade de seu líder supremo, Vladimir Putin, capaz de domesticar ursos, tigres e baleias.

As enganações propagandísticas são, entretanto, reveladoras de anseios acalentados pelo Kremlin, que aguarda uma ocasião para realizá-los.

Reveladora nesse sentido foi uma grande faixa afixada na cidade russa de Kaluga, a qual dizia: “Crimeia Hoje – Roma Amanhã! Feliz Dia da Grande Vitória de 9 de Maio!”

Em russo, as palavras Crimeia e Roma rimam. A faixa é grande e custosa. E a ideia é clara: a anexação putiniana da Criméia não se detém ali. A finalidade suprema seria ocupar Roma, sede do catolicismo odiado pelo Patriarcado de Moscou e, sobretudo, pela “nova Rússia”.

Essa hipótese, tida como impensável, está sendo excogitada na Rússia de Putin.

A faixa em Kaluga comemora vitórias russass até em Debaltseve na Ucrânia, onde Putin garante que nenhum soldado russo pôs o pé.
A faixa em Kaluga comemora vitórias russass até em Debaltseve na Ucrânia,
onde Putin garante que nenhum soldado russo pôs o pé.
Propagnda não hesita misturar feitos soviéticos e imagem de Cristo.
A cidade de Kaluga fica a 180 km de Moscou. A faixa é uma das várias colocadas para comemorar a glória presente e futura de Vladimir Putin.

As fotografias, também exibidas, referem-se a batalhas históricas, entre elas as do Exército Vermelho, inclusive em Debaltseve, na Ucrânia, onde, segundo Putin, seus soldados nunca puseram o pé.

Putin não se satisfará com a Ucrânia, nem mesmo com toda a Europa Central: ele sonha em conquistar a Europa até o Atlântico e se entronizar na sede da Cristandade.

Não muito depois, talvez o Brasil e a América Latina, além dos EUA.

Semelhante audácia cabe num espírito agitado por uma Cristianofobia radical.


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Oposicionista assassinado preparava relatório sobre mortos soldados na Ucrânia

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Moscovitas marcham em solidariedade com o assassinado Boris Nemtzov.
O caso nunca foi apurado e sabe-se por que...



Moscou gastou mais de 1 bilhão de dólares em apoio aos rebeldes separatistas do leste da Ucrânia, onde foram mortos pelo menos 220 soldados russos.

Os fatos fazem parte de um relatório que estava sendo preparado por Boris Nemtsov, ex-primeiro-ministro adjunto da Rússia e crítico do Kremlin, assassinado em fevereiro de 2015, noticiou o jornal britânico The Independent.

Nemtsov recolheu informações públicas e notórias e entrevistou famílias. O resultado contradiz o argumento de Moscou, que nega a existência de tropas russas lutando na Ucrânia.

Esse inquérito informativo não podia ser desconhecido do serviço de segurança do Kremlin. Nemtsov foi morto a tiros em Moscou. O crime nunca foi esclarecido e os que foram presos pelo Kremlin não passariam de “laranjas”.

Porém, membros de partido de Nemtsov (o liberal RPR-Parnas) e diversos jornalistas da oposição ajudaram a terminar o relatório de 65 páginas, que as balas assassinas quiseram silenciar.

“A guerra com a Ucrânia é uma guerra não declarada, uma guerra cínica, que representa um crime contra toda a nação russa. Putin entrará para a História como o presidente que tornou inimigos russos e ucranianos”, disse em entrevista coletiva Ilya Yashin, ajudante de Nemtsov na apresentação do relatório.

O presidente Putin nega de todas as formas a presença de qualquer uniformizado russo em território ucraniano. Mas o Ocidente o acusa com abundantes provas de fornecer armas e tropas aos separatistas na luta contra o governo de Kiev, além de treinamentos e informações de inteligência.

O opositor Ilia Iachine apresenta à imprensa o relatório que custou a vida a seu colega Boris Nemtsov.
O opositor Ilia Iachine apresenta à imprensa
o relatório que custou a vida a seu colega Boris Nemtsov.
Segundo o relatório, que tem como título “Putin. A guerra”, as perdas russas em número de soldados foram pesadas.

“Reunimos provas exaustivas da presença de tropas russas na Ucrânia”, disse Iachine na conferência de imprensa, reproduzida por agências internacionais.

Segundo o relatório, as tropas regulares russas entraram “maciçamente” pela primeira vez na Ucrânia em agosto de 2014, quando os separatistas corriam o risco de serem definitivamente derrotados.

Também houve unidades regulares disfarçadas de “voluntárias”, em janeiro e fevereiro de 2015, para pressionar o presidente ucraniano na mesa de negociações de Minsk e durante os ferozes combates em torno da estratégica cidade de Debaltsevo.

Segundo Iachine, “todas as vitórias militares decisivas dos separatistas foram conseguidas por unidades regulares do exército russo”.

O balanço do relatório aponta a morte de pelo menos 150 soldados russos em agosto de 2014, e mais 70 em janeiro e fevereiro de 2015.

Boris Nemtsov também pesquisou “fontes anônimas” de Moscou, que não querem ser identificadas temendo represálias do regime. Ele consultou as famílias de soldados abatidos na Ucrânia, que o procuraram na tentativa de obter um auxílio financeiro prometido pelo governo russo.


Essas famílias receberam o equivalente a mais de 100.000 reais, com a condição de não falarem das circunstâncias em que morreram seus filhos.

Nemtsov calculou que Moscou gastou 53 bilhões de rublos em dez meses (por volta de 3,16 bilhões de reais), além de 80 bilhões de rublos (4,76 bilhões de reais) para acolher os refugiados do Donbass e compensar o impacto das sanções ocidentais atraídas pela invasão do país vizinho.

Nemtsov teria apurado mais de 200 casos de soldados russos
mortos em combate na Ucrânia que o governo de Putin nega e manda silenciar.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, diz que o governo nada sabe sobre o assunto, velha tática de quem não tem resposta.

A agência Reuters garante que os militares russos são obrigados a deixar o Exército Vermelho antes de partirem para o front ucraniano. Mas isso é um jogo de aparências.

O relatório também responsabiliza Moscou pela derrubada do voo MH17 de Malaysia Airlines em julho de 2014, provocando a morte de 298 civis alheios ao conflito, incluindo grande número de crianças.

O jornal russo Novaïa Gazeta publicou em março uma entrevista com um jovem soldado russo, que contava ter sido enviado com sua unidade de tanques de Oulan-Oude para o leste ucraniano, onde foi gravemente ferido.

A agência ucraniana Euromaidan Press divulgou vídeo do sargento Aleksander Aleksandrov, da 3ª brigada das Forças Especiais russas, que no dia 6 de março de 2015 entrou com sua unidade na base de operações em Luhansk como parte de um conjunto de seis a oito grupos que lutavam fora de Luhansk.

Associações de direitos humanos também exigiram a publicação da verdade sobre soldados mortos em ocorrências confusas e enterrados na Rússia, os quais, segundo familiares e amigos, caíram combatendo na Ucrânia.

Quando uma dezena de paraquedistas russos foi capturada pelo exército ucraniano, Putin se saiu dizendo que eles tinham se “perdido” durante um patrulhamento e entrado sem perceber em território ucraniano.

Ilia Iachine também denunciou que “nem Putin nem seus generais têm a coragem de admitir a agressão militar contra Ucrânia. Eles apresentam mentiras vis e hipócritas como se fossem mostras de grande sabedoria política”, segundo o jornal francês Le Parisien.


Suboficiais russos feridos e capturados na Ucrânia, onde agiam desde 6 de março de 2015, declaram pertencer às Forças Especiais (Spetsnatz) da Rússia:








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Putin: “imperador romano” pela invasão da Criméia!

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Putin imperador sem cerimônia
Putin imperador sem cerimônia



Um busto de Vladimir Putin de 50 centímetros de altura, vestido com toga romana, feito com uma “matéria sintética não muito cara” imitando o bronze e com as feições de um imperador romano, foi erigido perto de São Petersburgo, informou o jornal parisiense Le Monde.

A histriônica ideia para glorificar o chefe russo é atribuída a uma organização local de cossacos que, obviamente, nunca ousaria uma iniciativa do gênero sem estímulo e costas esquentadas por alta esfera.

O monumento foi encomendado em “reconhecimento pela anexação da Crimeia” pela Rússia, em março de 2014.

Culto ao busto de Putin imperador como gosta o neo-paganismo
Culto ao busto de Putin imperador
como gosta o neo-paganismo
Essa anexação, verdadeira violação do Direito e da Moral, não é reconhecida pelos países civilizados, mas a estátua a comemora como conquista imperial.

O busto está numa praça pública de Kassimovo, 20 km ao norte de São Petersburgo.

“A imagem de um imperador romano é a da sabedoria” e corresponde ao “papel histórico de Vladimir Putin (...) vencedor e homem de Estado que devolveu a Crimeia à Rússia”, disse Andreï Poliakov, responsável pela associação responsável pela instalação do monumento.

Colocado num terreno da associação, o busto foi inaugurado no dia sábado 16 de maio 2015 com o canto do hino nacional russo.

Segundo o projeto original o comandante supremo russo seria representado coroado de louros como se deve um César romano digno desse nome. O elemento bufo foi afastado em tempo.

O projeto original incluía coroa de louros.
O projeto original incluía coroa de louros.
A “obra artística” renova com a tradição soviética de erigir estátuas e bustos aos ditadores imperantes, como Lenine e Stalin e lhes prestar uma espécie de culto neopagão materialista.

Porém, tanto a sua execução quanto a cerimônia de inauguração passaram do limite do ridículo.

O busto do imperador pagão veio contradizer a imagem do “novo Carlos Magno cristão vindo do Leste”, espalhada por agentes de influência russos no Ocidente.



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Mega autoestrada de Londres até Alaska pela Rússia: o Ocidente pagará?

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Projeto de Moscou: uma estrada ciclópica que a liga Europa e EUA
Projeto de Moscou: uma estrada ciclópica que a liga Europa e EUA



Moscou planeja construir uma mega autoestrada de 19.950 km unindo o Atlântico ao Pacífico e atravessando toda a Rússia até o Alaska, informou o Business Insider.

A rodovia se conectará com a rede de autoestradas europeias, a qual permitirá atravessar a Ásia e cortar a Rússia de ponta a ponta.

As estradas russas existem, mas seu estado de deterioração aumenta na medida em que o viajante se afasta de Moscou.


Vladimir Fortov, presidente da Academia Russa das Ciências, ponderou que o projeto era “muito ambicioso e caro”.

As estradas russas estão em estado calamitoso e Moscou está falida. Mas, precisa que alguém lhe faça novas. O Ocidente cairá no conto?
As estradas russas estão em estado calamitoso e Moscou está falida.
Mas, precisa que alguém lhe faça novas. O Ocidente cairá no conto?
Mas acrescentou: “Ele vai resolver muitos problemas de desenvolvimento numa vasta região. Está ligado a programas sociais, novos campos de petróleo, novas fontes de energia, etc.

“A ideia é que, baseados na nova tecnologia do transporte ferroviário de grande velocidade, poderemos construir uma nova ferrovia ao lado da Transiberiana, com a opção de seguir até Chukotka e pelo Estreito de Bering até o continente americano”, explicou.

A proposta foi muito comentada pelo jornal The Siberian Times. O trem transiberiano foi construído na época dos czares e liga Moscou a Vladivostok através de 9.258 quilômetros (6.152 milhas). A viagem demora sete dias completos.

A nova linha ferroviária poderia atravessar o Estreito de Bering por túnel submarino e atingir o Alaska, nos EUA, possibilitando viagens terrestres a partir da Grã-Bretanha até os EUA.

A falta de infraestrutura no interior da Rússia supera a imaginação.
A falta de infraestrutura no interior da Rússia supera a imaginação.
A ideia foi lançada com a roupagem de promover o turismo.

Porém, Moscou não explicou de onde virá a tecnologia e o financiamento num momento em que as suas contas despencam de modo vertiginoso. Talvez sonhe que o Ocidente, num intuito imprudentemente generoso, aceite pagar a conta.

Uma vez feita essa imensa conexão viária, ferroviária e energética de importância estratégica planetária, a Rússia, que seria sua máxima beneficiária, poderá usá-la para empreender extorsões políticas, econômicas e militares.

Tornar-se-á então uma dramática realidade o velho e cínico sonho atribuído a Lenine: “Os ocidentais nos venderão a corda com que os enforcaremos”.


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Associações estrangeiras à mercê do despotismo do Kremlin

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As organizações estrangeiras e as russas que mantêm relações com elas  poderão ser banidas com pretextos legais confusos.
As organizações estrangeiras e as russas que mantêm relações com elas
poderão ser banidas com pretextos legais confusos.



O Parlamento russo aprovou definitivamente a anunciada lei que permite ao esquema repressivo do Estado proibir as organizações estrangeiras instaladas na Rússia e rotuladas por ele de “indesejáveis”, noticiou a Reuters.

Desde o início da tramitação dessa lei e de outros textos análogos, a Igreja Católica, suas ordens religiosas e agências de caridade foram apontadas como alvos, caso não agradem Moscou.

Os parlamentares aprovaram maciça e definitivamente o projeto, o qual deverá ainda passar pelo Conselho da Federação Russa – equivalente a um Senado – para confirmação e ulterior promulgação pelo presidente Vladimir Putin.

Não se deve esperar qualquer oposição relevante, como não houve na Câmara dos Deputados, pois ela pode custar muito caro a quem quer que seja.

A lei fornece os instrumentos para banir as ONGs estrangeiras que, na opinião dos governantes, representem uma ameaça para a “segurança do Estado”, noção larga e manhosa que engloba desde a espionagem até a defesa dos “fundamentos constitucionais” da Rússia, que nem o governo define nem respeita.

O sistema repressivo poderá também perseguir os empregados dessas associações, que poderão ser condenados até seis anos de prisão e proibidos de ingressar em território russo.

A lei é morna se comparada com a lei não escrita, aplicada aos oposicionistas russos mortos ou desaparecidos em circunstâncias suspeitas ou agilizadas pelo Kremlin.

“Derradeiro capítulo na repressão sem precedentes contra as organizações não governamentais”
“Derradeiro capítulo na repressão sem precedentes
contra as organizações não governamentais”
Também serão atingidas as contas bancárias dos grupos que caiam em desgraça, inclusive as das associações russas que recebem auxílios econômicos de grupos do exterior declarados “indesejáveis”.

Esses grupos russos serão também processados pela polícia e julgados por atos cuja relação com a lei será definida pelos perseguidores, segundo instruções superiores.

Obedecendo às instruções recebidas, os deputados invocaram a necessidade de pôr fim “às organizações destrutivas” que estariam trabalhando malignamente na Rússia, sem explicar o que entendem por esse crime.

Também aquelas que possam ameaçar “os valores do Estado russo” e fomentar “revoluções de cores”, crime mais do que genérico, imputável aos movimentos que usam em seus cartazes alguma cor distintiva e não são amigos de Vladimir Putin.

Alguns movimentos “de cores” abalaram o poder ditatorial em várias ex-republicas soviéticas nos últimos anos. Foi o caso do movimento laranja na Ucrânia. É de se presumir que o vermelho comunista não está incluído na proibição.

As organizações de defesa dos Direitos do Homem voltaram a condenar essa lei iníqua, definida pela Anistia Internacional como “derradeiro capítulo na repressão sem precedentes contra as organizações não governamentais”.

O Kremlin parece determinado a desrespeitar qualquer objeção ou crítica humanitária e usar do instrumento legal para consolidar seu domínio, ainda que violando a lei.

A formulação vaga do texto legal também permite atacar as empresas econômicas estrangeiras.

O Memorial Histórico da Repressão Política Perm-36 foi fechado. Ele lembrava as vítimas das repressão soviética e funcionava num ex campo de prisioneiros em Perm, Sibéria. O Kremlin se encaminha a reabrir campos análogos.
O Memorial Histórico da Repressão Política Perm-36 foi fechado.
Ele lembrava as vítimas da repressão soviética
e funcionava num ex campo de prisioneiros em Perm, Sibéria.
O Kremlin se encaminha a reabrir campos análogos.
Os tribunais poderão colar o letreiro de “indesejável” a qualquer tipo de organização, sem passar por um filtro, administrativo ou outro.

Tais empresas e organizações passarão assim à condição de “pária”, sem julgamento, apelo ou reconsideração do caso.

“É uma medida preventiva, e nenhum de nós tem vontade de aplicá-la” declarou o deputado Alexandre Tarnavski, relator da lei, mas garantiu que ela era necessária como resposta às sanções ocidentais após a invasão russa da Ucrânia.

“Esta lei é uma medida de dissuasão, para que não se imiscuam na política as empresas que ficam mexendo por fora das atividades empresariais”, disse o deputado à agência AFP. Essa definição já contém a condenação antes de julgamento.

A aplicação em âmbito econômico ficou claramente estabelecida: será punido quem não trabalhar pelos “valores” da nova Rússia, que incluem os velhos “valores soviéticos”, na definição de Vladimir Putin!

A lei acresce uma outra, aprovada em 2012, que obriga as ONGs que recebem ajudas do exterior e exercem “atividade política” a se registrarem como “agentes do estrangeiro”, confessando-se assim como rés puníveis pela nova lei.


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Estônia: cismáticos voltam para o catolicismo fugindo da agressividade russa

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Igreja católica de rito greco-católico na capital da Estônia
Igreja católica de rito greco-católico na capital da Estônia
está ficando pequena para acolher as conversões.




Seguidores da igreja greco-cismática dirigida pelo Patriarca de Moscou estão abandonando essa falsa igreja na Estônia.

Eles preferem se encaminhar para o rito greco-católico ucraniano, em boa medida por causa das provocações da propaganda do Kremlin contra a independência de seu país, informou a agência Religion Information Service of Ukraine, RISU.

A líder da associação Congresso Ucraniano da Estônia, Vira Konyk, declarou:

“Muitos jovens que obviamente não pertenciam à comunidade católica estiveram presentes nas celebrações da Páscoa. Verificou-se que a maioria deles provinha da igreja ortodoxa estoniana, dependente do Patriarcado de Moscou.

“Pelo fato de o Patriarcado de Moscou apoiar a agressão russa contra a Ucrânia, o pessoal deixou de ir às suas igrejas e iniciou um percurso rumo ao rito greco-católico da igreja ucraniana, ou UGCC”, disse Vira Konyk.

A isso se acresce que, para participar da Liturgia Pascal, acorreram este ano à Igreja Católica fiéis procedentes não só da capital, mas de todas as partes da Estônia.

“Não se tratava apenas de ucranianos que vinham, mas de estonianos e pessoas de outras nacionalidades”, acrescentou.

As provocações da Rússia de Putin fazem lembrar o tiro que sai pela culatra.


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“Com sorte” nova guerra na Europa Central não será nuclear diz fonte da OTAN

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Ruínas do aeroporto de Donetsk
Ruínas do aeroporto de Donetsk



John Schindler, antigo analista da NSA, especialista em geopolítica, conferencista da Escola Naval dos EUA e conhecido pelos seus contatos de alto nível na hierarquia americana, confidenciou ter ouvido de uma alta patente não-americana da OTAN que “haverá provavelmente uma guerra neste verão (inverno no nosso hemisfério sul). Se tivermos sorte, ela não será nuclear”, escreveu o site Slate.

A opinião referida por Schindler coincidiu com a escalada de tensões entre os aliados ocidentais de um lado, e russos e chineses de outro, tendo como centro o problema ucraniano.

A Noruega suspeita de submarinos russos que circulam há meses nas profundezas do Báltico, ao largo de Oslo.

Diante da insistência da Grã-Bretanha, a OTAN resolveu a reagir, informou The Telegraph. Dezoito navios participaram de um exercício de grande envergadura no Báltico, enquanto tropas britânicas foram participar de exercícios conjuntos com o exército da Estônia, país fronteiriço com a Rússia.

Foi o exercício militar mais importante na região desde o fim da URSS.

No Círculo Ártico, nove países, incluindo os EUA, a França e a Grã-Bretanha, lançaram a operação “Desafio Ártico”, mobilizando 4.000 homens e 90 aviões durante doze dias.

A Rússia revidou e mobilizou 250 aeronaves e 12.000 homens, em exercícios sob o céu siberiano e dos Urais.

Putin anunciou a incorporação de mais 40 mísseis nucleares intercontinentais. E em conferência de imprensa na residência presidencial de Novo-Ogaryovo, disse que se alguém ameaçar a segurança nacional da Rússia, “Moscou não terá outro remédio senão apontar suas forças contra os territórios de onde provém a ameaça”, aludindo explicitamente à OTAN, segundo divulgou a agência Reuters.

Putin: “Moscou não terá outro remédio senão apontar suas forças contra os territórios de onde provém a ameaça”
Putin: “Moscou não terá outro remédio
senão apontar suas forças contra os territórios de onde provém a ameaça”
Do Extremo Oriente chegam ruídos bélicos, tanto mais preocupantes quanto a Rússia e a China estão renovando sua união, segundo observou o Los Angeles Times.

Sentindo-se apoiado pela Rússia, o comunismo chinês desafia os EUA e seus aliados naturais no Mar da China.

A construção de ilhas artificiais no sul desse mar, em águas intensamente disputadas, levaram os EUA a tentar dissuadir essa provocação.

Mas a China reagiu com insolência. O Global Times, um tabloide ligado ao Partido Comunista Chinês, chegou a escrever em suas colunas que “se os EUA não renunciarem a querer parar esses trabalhos, a guerra será inevitável”.

O tabloide, porta-voz do pensamento estratégico chinês, sublinhou que nesse caso “a intensidade do conflito será maior do que aquilo que as pessoas chamam correntemente de ‘fricções’”.



“Os russos estão chegando”: A Lituânia se prepara para reações rápidas em conflitos híbridos:





5.000 soldados ocidentais em exercícios no Báltico: sinal para Moscou que continua agindo na Ucrânia:




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Base estratégica da OTAN no Ártico cai de alegre em mãos russas

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A base de Olavsvern em mãos russas.
A base de Olavsvern em mãos russas.



“O comunismo morreu!” – comemorou muito ingênuo a partir de 1991. A mídia, que havia sido infiltrada intensamente pela União Soviética, ecoou o alegrote e desatinado soneto. As prevenções caíram sem que se escarafunchasse demais a autenticidade dessa “morte”.

Entre outras coisas, o Ocidente se desarmou e desmoralizou suas Forças Armadas. Um pouco por toda parte, elas foram sendo mirradas ou condenadas a virar uma polícia mais pesadamente armada, com armas que diminuíam em número e, sobretudo, iam enferrujando.

A Noruega parece ter acreditado nessa ciranda tola, mas envenenada.

Ela possuía no Ártico uma base secreta de submarinos, vital para a defesa do Atlântico Norte ameaçado pelos submarinos soviéticos. Era a base de Olavsvern, perto do porto de Tromsø, que no entanto deixara abandonada.

Por fim, a base, que custara ao governo de Oslo cerca de 500 milhões de euros, foi leiloada por menos de 40 milhões a um homem de negócios pouco conhecido em 2008, noticiou o site 20minutes.fr.

Renunciando ao enorme complexo logístico de Olavsvern, a Noruega e a OTAN ficaram privadas de um ponto de apoio crucial nos mares do Norte.

No momento em que Putin desencadeia sua ofensiva na Europa Central, em que voos provocativos e incursões de navios de guerra da ex-URSS testam as defesas da OTAN, a Noruega foi descobrir que a base- chave do Ártico havia sido alugada à própria Rússia!

Altos oficiais da marinha norueguesa hoje aposentados choram junto a seus colegas da ativa. “Perdemos a única base digna desse nome lá encima. É pura loucura”, troveja o vice-almirante retirado Einar Skorgen, ex-comandante da Marinha no Norte da Noruega:

“Nós somos os únicos, além da Rússia, que operamos permanentemente no mar de Barents, onde ambos temos uma fronteira comum”, lembra.

A estratégica base que custou 500 milhões de euros foi repassada à Rússia por menos de 40 milhões.
A estratégica base que custou 500 milhões de euros
foi repassada à Rússia por menos de 40 milhões.
O novo proprietário da base, Gunnar Wilhelmsen, postou fotos com os menores detalhes na Internet. E, como por obra de magia, a falida Rússia apareceu pagando o aluguel solicitado.

Na teoria, a base só será usada por navios científicos, mas que pelas suas peculiaridades podem desempenhar tarefas necessárias a uma Marinha de guerra.

“Uma coisa é clara: poucas pessoas sabem o que acontece nesses barcos”, observou o vice-almirante aposentado Jan Reksten, ex-número dois do exército norueguês.

A decisão de fechar a base foi de Jens Stoltenberg, que se tornaria secretário-geral da OTAN e hoje exorta os países membros da Aliança Atlântica a não abaixarem as mãos diante das manobras russas. Risum teneatis.

A Noruega é um país rico em petróleo e possuidor do maior fundo soberano do planeta. Não houve falta de dinheiro para abandonar a base de Olavsvern.

O governo atual persiste na bobice e não presta ouvidos aos protestos dos militares. E o dono da base dispõe dela como bem entende. Ou talvez seja mais objetivo dizer: “como o Kremlin bem entende”.

O caso da base de Olavsvern passará para a História como uma das mais bem-sucedidas manobras de “guerra psicológica”. Talvez mais característica e mais culposa de que os golpes de psy-war de Hitler e de Goebbels antes de desencadearem a II Guerra Mundial.

Quantas outras entregas igualmente perigosas não podem ter acontecido no mesmo período, das quais ainda não temos notícia?







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Delírio putinista de grandeza não tem base na realidade

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Moscou não consegue manter um exército de grandes dimensões como o antepassado soviético, escreveu o jornal The New York Times.

A propaganda do presidente Vladimir Putin acena com acentos épicos para a grandeza oca da era soviética, e assim os sofridos cidadãos russos não olhem a catástrofe interna que padecem no dia-a-dia .

Assim tenta distrair a atenção popular do funesto estado econômico e político do país.


Simultaneamente Putin é levado a contragosto a suspender elementos essenciais para a vida dos cidadãoes.

Na saúde pública o quadro geral continua desolador. Moscou incentiva o fechamento de hospitais e centros de saúde ineficientes, redundantes e em más condições.

Em teoria vai trocá-los por outros mais modernos e pagar melhor os funcionários da saúde. Mas, aplicando um critério de qualidade, terá que fechar um número espantoso de hospitais.

Mais de 17 mil cidades e vilarejos que antes tinham pequenas clínicas agora não possuem nem um posto de saúde. Entre 2005 e 2013, o número dos postos de saúde foi reduzido de 8.249 para 2.085, e o número de hospitais rurais caiu de 2.631 para 124, de acordo com relatórios do governo.

E não se sabe onde estão os hospitais modernos que deviam substituir os velhos monstros soviéticos fechados. Não há sequer uma indicação clara do que o Kremlin vai fazer.
Ex-igreja transformada em quartel de bombeiros.
Krapivna, região de Tula, a 220 km de Moscou.
A Rússia manteve o socialismo e não progrediu.

A Rússia continua como na era de Stálin: nunca nada pode ser discutido publicamente, escreve o jornal.

“Eles querem evitar uma comoção pública. Tudo está sendo feito para que, no caso de as coisas darem errado, a culpa não recair sobre o Kremlin”, disse Maria Gaidar, chefe do grupo de defesa de direitos Demanda Social.

A educação começou a sair do nada nos anos posteriores à queda da URSS: as melhores escolas da Rússia entraram nos rankings internacionais, o sistema de ensino superior foi alinhado ao da Europa, apareceram novas instituições de pesquisa e universidades regionais.

Lança-mísseis pega fogo na parada do 70º Dia da Vitória, Moscou.
Putin prometeu salários mais altos aos professores, mas hoje verificou que não tem orçamento e anunciou cortes profundos que afetarão dezenas de milhares de funcionários públicos, de professores a guardas de museu e lanterninhas de teatro.

Os esforços do Kremlin estão concentrados em renovar o Exército, investindo em armamento moderno. Segundo Michael Kofman, estudioso do Instituto Kennan, o sonho é imitar os exércitos ocidentais.

Os gastos militares atingiram níveis jamais alcançados, diz Kofman. O último orçamento de defesa de Moscou totaliza 4,2% do PIB para 2015, acima dos 2,6% do PIB de quando Putin assumiu o cargo.

Quando Mikhail Gorbachev anunciou a política da perestroika, antigas repúblicas soviéticas se separaram da Rússia. Estônia, Letônia e Lituânia se reformaram rapidamente, porque viram claramente a direção certa: rumo à Europa e às instituições do Ocidente.

O Cazaquistão explora seus ricos recursos naturais e desenvolve sua economia.

Mas o Kremlin iniciou uma longa e árdua jornada para um destino deprimente: a remodelação dos velhos “valores” soviéticos com o mesmo objetivo que fracassou na época anterior.

Bairro em Norilsk, região de Krasnoiarsk
Bairro em Norilsk, região de Krasnoiarsk
2014 foi o ano da agressão e prepotência de Putin, e a Rússia fez uma transição de pior para muito pior.

A economia entrou em colapso, os empréstimos externos e o acesso a novas tecnologias foram restringidos severamente.

Putin parece obcecado pela hegemonia mundial como nos tempos de Lenise e Stálin, mas fez tanta coisa errada que suas tentativas podem ter chegado tarde demais, conclui o jornal.

Tentará então uma aventura ditada pelo desespero?


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Rússia inadimplente na Argentina!

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Ministro argentino De Vido (dir.) foi para Rússia, mas não viu o dinheiro prometido.
Ministro argentino De Vido (dir.) foi para Rússia,
mas não viu o dinheiro prometido.



Vladimir Putin vem elogiando o governo nacionalista-populista de Cristina Kirchner como o seu melhor aliado na América Latina e assinou com ele dezenas de acordos, inclusive econômicos.

Mas eis que chegada a hora de sair da conversa e pôr o dinheiro prometido sobre a mesa, este não apareceu...

A Rússia não tem fama de cumprir acordos que não sejam de grande interesse para ela. Além do mais, sua economia vai se afundando aceleradamente após a invasão da Ucrânia, de um lado pelas respostas econômicas do Ocidente, e de outro, em grande medida, pela baixa cotação do barril de petróleo.

Assim, na hora combinada, o banco russo Vnesheconombank (Banco de Desenvolvimento e Assuntos Econômicos Exteriores, equivalente ao BNDES), que devia bancar com até 85% do custo da barragem de Chihuido, em Neuquén, Patagônia, não depositou os US$ 2,6 bilhões prometidos, segundo noticiou Clarín de Buenos Aires.

O presidente russo tinha marcado uma conferência internacional para anunciar o histórico empréstimo como parte de sua promoção propagandística no continente. Mas não havia dinheiro...

A inesperada inadimplência também gerou problemas na Argentina, onde o governo da Província (equivalente a um estado brasileiro) protestou diante do governo nacional, responsável pelo acordo.

Muitos papéis assinados e muitas promessas feitas, mas a Rússia ficou inadimplente
Muitos papéis assinados e muitas promessas feitas,
mas a Rússia ficou inadimplente
O fiasco russo foi envolvido numa cortina de fumaça burocrática, tendo o ministro do Planejamento, Julio De Vido, modificado o plano assinado. O fato caiu mal para as partes engajadas, estabelecendo-se uma confusão atribuída ao não cumprimento.

Porém, o governo de Neuquén acredita que isso não passa de manobra para esconder o fracasso do banco estatal russo.

O ministro De Vido foi a Moscou para falar com as autoridades desse banco e assinar uma porção de papéis para mostrar à imprensa. Mas, dinheiro mesmo, nada!

O banco russo também complicou o processo argüindo inesperados problemas de controle burocrático na construção da barragem.

Só faltou o Vnesheconombank mendigar dinheiro à Argentina...


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